A performance foi apresentada pela primeira vez na I Festa Marimbondo (Coletivo de performance Norte-Riograndense), como repertório do grupo convidado Projeto Disfunctorium, coletivo de performance Norte-Riograndense do qual os idealizadores e realizadores da ação fizeram parte. Ainda em 2009, foi aprovada como apresentação artística no XIII Encontro Nacional dos Estudantes de Arte, que aconteceu no mês de setembro naa Universidade Federal da Bahia.
Apresentação da performance "Marionetes e Ventrículos" no evento I Festa Marimbondo Cabôco |
Esta performance foi criada em parceria com o performer André Bezerra e procura organizar memórias de infância dos performers, seja na tentativa de uso de roupas de infância ou mesmo na recriação de bonecas de ossos de galinha, com as quais o performer André Bezerra brincava em sua infância no interior do Rio Grande do Norte.
No espaço de ação se encontram cerca de 200 garrafas plásticas dispostas em círculo com água em diversos níveis. No centro do espaço que se apresenta estão os performers, um deles empunhando um coração de boi como um ventríloco e vestindo desajeitadamente roupas que usava na infância. O outro, usando uma máscara de carne, está ligado ao primeiro por fios elásticos. Acontece uma dança que parte da movimentação das próteses acopladas aos corpos dos performers, de forma que, durante esta ação os performers afetam-se um ao outro através dos fios elásticos pelos quais estão ligados.
A cena performática criada pelos proponentes se vale de uma pesquisa teórica e investigação corporal acerca da Dança Butoh e Tensões Coreográficas, esmiuçando e apresentando relações corporais encontradas nos performers relacionadas à infância, ao erotismo e a construção da identidade.
A ambigüidade proposta pelo título da performance em questão sugere a imersão dos corpos dos performers em memórias afetivas presentes nestes, retomando a metáfora presente nas figuras da marionete (corpo morto) e do coração como um centro muscular de tensão no corpo e na vida. Nesse sentido a ação se desenvolve como uma investigação dos tênues limites entre arte e vida proposta pela Dança Butoh, linguagem que permeia o processo criativo da performance citada.
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