14 de agosto de 2011

GULA

A performance intitulada “Gula” foi criada em 2008 e apresentada em três eventos artísticos, a Noite da Performance dentro da programação da Semana de Encenações, coordenada pelo Prof. Dr.  Marcos Bulhões Martins do Departamento de Artes da UFRN, em 2008, o evento Projeto Ludovico que aconteceu em janeiro de 2009 e, em 2010, o 1o Bodeart promovido pelo Grupo Facetas Mutretas e Outras Estórias.
Apresentação da performance "Gula" no evento  1o BodeArte
A ação se dá numa sala de aproximadamente 3m2 com disposição do público em arena. As paredes e o chão da sala são cobertos por materiais de distintas texturas e de cor branca criando o ambiente em que o corpo será instalado. A performer, em conformidade com o espaço, tem o corpo totalmente coberto por tinta branca. Ao final da performance podemos perceber que cada movimento realizado pela performer implica em uma modificação no espaço em branco, seu próprio corpo, pelos vários caminhos e texturas que vão sendo desenhados por esta no decorrer da ação.
Apresentação da Performance "Gula" no evento "Projeto Ludovico"

Outra modificação ocorre também no desenho sobre o qual está a performer, que é também refeito de acordo com sua movimentação, compondo assim um novo quadro criado por sua dança. Propõe-se, nesse sentido, que este ambiente seja exposto enquanto instalação, permitindo que outras pessoas o adentrem e também deixem marcas de sua passagem por este espaço. Fotos da ação inicial serão penduradas no teto do espaço, de forma que, fiquem no ângulo de visão dos visitantes.
O corpo coberto de branco nos remete diretamente à Dança Butoh que, por si, assim como a performance, surge num corpo eminentemente plural, sem hegemonia ideológica e abrigado pelas ruínas de seu país de origem, o Japão. Nesse sentido a dança butoh é por alguns autores considerada a linguagem artística que deu origem à performance por volta de 1950, contrariando a premissa de que a performance teve como pré-história as vanguardas artísticas por volta da década de 60.
Por ser uma linguagem plenamente plural, porém, que ainda procura seu espaço dentre as demais, a Arte da Performance, assim como a Dança Butoh, dispõe de seu espaço para experimentações estéticas e corporais buscando uma maneira de manifestar pluralidades e individualidades, buscando uma maneira de dizer-se, um discurso do corpo e para o corpo.

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