É difícil imaginar um processo criativo que exista sem que haja nenhum tipo de conflito. É possível dizer que o processo que estou vivenciando surgiu de uma entre várias crises que tive desde que fiz minha escolha profissional. A falta de dinheiro, de reconhecimento por parte da família, de encontros e desencontros com outros artistas sempre foram questões que, vez ou outra, me faziam pensar deixar tudo para traz.
Mas era impossível, depois de cultivar minha vida na arte desde nem me lembro mais quando, deixar de ver o mundo com a inquietude dos olhos de um artista, parecia-me que seria como apagar minha própria identidade. Temos que pagar certos preços por todas as escolhas que fazemos e, pensando nisso, decidi enfrentar cara a cara todas as dificuldades que me fossem apresentadas, mas essa decisão não foi nada fácil.
Qualquer pessoa precisa da segurança de um salário mensal, de colegas de trabalho em quem possa realmente confiar e do carinho de sua família. Percebi então que minhas preocupações eram comuns à quase que todas as profissões e que eu apenas havia escolhido o caminho mais difícil. É até engraçado dizer "apenas".
E foi assim que optei por continuar minha vida na arte e por fazer minha arte voltada para estas questões que poderão ser encontradas no manifesto que estou escrevendo...
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