Hoje pela manhã André Bezerra postou no meu facebook o vídeo acima como proposta de reflexão sobre a performance Corpo Manifesta. Esta performance, embora seja bem diferente dos meus outros trabalhos, tem uma importância imensa no meu pensamento em performance, no estado de arte das minhas criações. A partir desse manifesto procurei, com a maravilhosa ajuda de André Bezerra e de Franz Kafka, colocar em xeque todos os meus pensamentos e convicções obre o que é ser performer hoje em dia nessa cidade que eu adotei para viver e que faz parte de um contexto muito maior. Eu, mulher, artista, "quase preta", nordestina, brasileira, latino-americana. Um prato cheio para qualquer skin head. Os caminhos pelos quais esse pensamento ia me levando muitas vezes me colocavam num espaço de imobilidade, mas que André, enchendo mais ainda minha cabeça de perguntas, fazia com que eu, no esforço para respondê-las saísse desse estado. Nos últimos dias ouvindo críticas de pessoas que realmente significam muito para mim, tenho pensado em outros desdobramentos para a ação, que se tornará outras ações, mas imagino que o Corpo Manifesta vai se manter assim, um espaço de pensamento e de reflexão em performance, em movimento constante. Ouvi ainda que conhecer esta performance é me conhecer, daí eu percebi de fato a relevância dessa ação ao passo que ao expor minhas preocupações político-sociais, eu exponho a mim mesma.
Eis, então, minha resposta à postagem de André:
"LINDO! Assim, não lindo, mas forte, você entende! :P
É um manifesto.
As pessoas meio que esquecem a força que um texto como esse pode ter quando dito em espaços em que não se espera, né?
É engraçado que nessa última apresentação de Corpo Manifesta, percebi na fala de todos que viram a mesma questão de uma postura de "guerreira" que eu assumo durante a performance. Isso me fez pensar em mim mesma e nas pessoas que conheci em Curitiba com as quais eu me identifiquei que vestem suas armaduras todos os dias antes de sair de casa, são fortes, são guerreiras, são briguentas, apara além de todas as consequências disso. Por isso, agora não me envergonho mais do meu discurso inflamado, mas realista, que às vezes tentava esconder, lembra?
O Haiti é aqui."
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